Você já negou o Senhor alguma vez? É provável que sim. Não negamos o Senhor apenas com palavras, mas também O negamos quando deixamos de dar testemunho Dele para nossos amigos, vizinhos e pessoas em geral. (...)
Depois que Pedro negou o Senhor dizendo:"Não sei o que dizes"[...].[...] não conheço tal homem [...], [...] e começou "a praguejar e a jurar: não conheço tal homem[...]". "Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente" (Mateus 26:69-75;Lucas 22:61-62). Não pode ter existido um dia pior para Pedro do que esse. Ele negou seu mestre que o amou em todas as circunstâncias (João 13:1). Certamente o olhar do Senhor, de cordeiro que segue manso e silenciosamente para o matadouro, o fez sofrer demais. O versículo diz que ele chorou amargamente. Possivelmente Pedro não tenha entendido por que agiu daquela maneira, mas é certo que ele estava se punindo e se achando o mais miserável homem que esta terra conheceu.
Talvez pensasse: “Judas traiu, mas nunca disse ao Senhor que O seguiria até o fim e O amaria com todas as forças. Mas eu, eu fiz tudo diferente daquilo que prometi. Prometi amar e não amei, prometi fidelidade e não fui fiel, estou acabado! Ele deve ter passado os três dias mais sombrios de sua vida”.
(...) Mas, graças ao Senhor, pelas palavras que Ele colocou na boca do anjo: "E a Pedro" (Marcos 16:7)! (...) Podemos até não ser fieis, mas Ele sempre será fiel. Deus nunca desistirá dos "Pedros"! Essas palavras: "E a Pedro" são a reconfirmação do contrato que o Senhor fez com ele - o contrato de que o transformaria (João 1:42) Temos aqui dois grandes contrastes: "Eu não conheço esse homem" e "E a Pedro". Por quantas vezes o inimigo não fez Pedro lembrar-se do "Eu não conheço esse homem", mas quantas não foram as vezes que o Espírito o fez lembrar-se do “E a Pedro”!? (...) “E a Pedro” é a palavra de Deus para todos nos que constantemente erramos e falhamos.
(...) Pedro ainda estava atordoado com tudo que acontecera. (...) Havia muitas dúvidas e incertezas no coração de Pedro. Foi nesse contexto que disse: "Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também vamos contigo. Saíram, e entraram no barco, e, naquela noite, nada apanharam" (v3).
(...) Muito embora ali houvesse apenas pescadores experientes, naquela noite não conseguiram apanhar peixe algum. "Mas, ao clarear da madrugada, estava Jesus na praia" (v.4) e "perguntou-lhes: Filhos, tendes ai alguma cousa de comer? Responderam-lhe: Não". Quando Jesus os orientou para jogar a rede a direita do barco, ao obedecerem, pescaram muitos, muitos peixes. Naquele mesmo instante João, reconhecendo que era Jesus, "disse a Pedro: É o Senhor!” (v.7). Pedro, saindo mais rápido do que os outros mesmo tendo que ainda se vestir, chegou a praia onde já estava o Senhor, aguardando-os com peixes e pão. Que amor tem o Senhor pelos Seus discípulos! Mesmo que todos tivessem algo para ser repreendido, o Senhor, em vez de faze-lo, prepara uma ceia de amor para eles! Ele ainda pede que Pedro acrescente mais alguns peixes que tinham sido apanhados. Depois de assados, o Senhor os convida a comer.
Os discípulos, ainda chocados com toda aquela cena, certamente, estavam entre olhando e cada um esperava que outro quebrasse o silêncio e dissesse alguma coisa; mas ninguém ousava dizer nada.
Depois de tudo preparado, o Senhor começou a servi-los pessoalmente um a um. Ele tinha algo a falar, mas não queria fazê-lo até que estivessem todos supridos. Pedro devia estar desconfiado e envergonhado, ainda mais quando o Senhor lhe perguntou por três vezes se ele o amava mais do que tudo. O Senhor não o repreendeu por nada, senão que o comissionou mais uma vez e reafirmou, de forma indireta, que continuaria ainda aproveitando cada situação para transformá-lo: "Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres" (v.18).
As duas maravilhosas cartas de Pedro são uma garantia para nós de que o Senhor alcançou Pedro e o transformou completamente. Sua vida e natureza foram trabalhadas nele. Louvado seja o Senhor, Aquele que nunca desiste de nós e que vai completar a obra que iniciou em cada um - a obra de transformação!

Fonte: Jornal Arvore da Vida/Ano 18 Numero 190, pagina 5, grifos do autor.